Tem um tempo que (Pedro e eu) ficamos nos desafiando a escrever séries de poemas, e algumas dessas séries serão compartilhadas aqui com os leitores do Portal Lado B em nossa coluna.
Escrever poemas em séries é um desafio e um exercício do ato de escrever, porque nos colocamos a experimentar o olhar poético sobre algo, algum assunto ou até mesmo uma palavra como é o caso desse série que vamos falar hoje. O Livro dos Ipês eu comecei a escrever em 2014 sem saber que seria uma série de poemas.
Era primavera quando vi a imagens dos ipês amarelos enfeitando a Rua Claudomiro de Moraes e passei dias pensando em como aquelas flores iluminavam a cidade, foi aí que nasceu o primeiro poema.
ipê amarelo
[Thiago Soeiro]
Aprendi contigo
a geografia dos verões
das saudades que se instalam na gente
em pleno setembro
em ti os amores já
nascem maduros
e se espalham
pelos chãos desta cidade
como em um mapa
secreto de folhas amarelas
sempre amanhecendo
tudo que toca
uma árvore
um sonho
este poema.
No ano seguinte me encontrei ao acaso com a palavra ipê e descobri que existiam outras cores de ipês. Fiquei namorando a palavra imaginando as histórias que aquelas árvores já tinham presenciado e até 2018 escrevi um poema por ano, que são hoje: ipê amarelo, ipê branco, ipê rosa, ipê roxo e ipê verde. Minha coleção de poemas que carrego com orgulho e hoje apresento aos leitores desta coluna.
Leia os poemas no link: http://abre.ai/livroipes
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